O Método TACAI e a filosofia oriental do processo de aquisição do aprendizado.
Nas artes orientais, em geral, e principalmente nas artes marciais e de cura, se observam algumas peculiaridades na forma de se ensinar ao iniciante.
Os princípios da hierarquia, disciplina, constância, repetição exaustiva, protocolos rígidos são os alicerces dessa fase inicial do processo de aprendizado, sem grandes movimentos, no sentido de uma atitude mais crítica ou criativa, por parte do aprendiz.
Porém, esse estereótipo "limitante, rígido e linear", dos anos iniciais do aprendizado do neófito (aprendiz iniciante), pode se modificar com o tempo de prática, e na medida em que há o aumento na aquisição do domínio da Arte, e dependendo também, das características da personalidade do praticante, podem surgir aqueles que passam uma vida só repetindo o que lhe foi ensinado e outros que se sentem fortalecidos, para o auto processo de desenvolvimento.
Esse primeiro momento do aprendizado é denominado estágio SHU e pode durar décadas. Nele, o praticante é apresentado à filosofia, à estrutura das técnicas, formas, movimentos e repete exatamente aquilo que lhe foi ensinado, corrigindo os erros apontados pelos seus mestres, refinando sua arte a cada novo desafio. Este estágio Shu pode ser traduzido por obedecer e proteger, fidedignamente, o que está aprendendo.
Após muitos estudos, vivências, o aprendiz, com características co-criadoras, passando a dominar as regras básicas de sua Arte, pode começar a encontrar a sua própria forma de executá-la. Surgem então os movimentos, posturas, respiração, ritmo, adequação ao seu biótipo e personalidade.
Esse estágio é conhecido como HA, que pode ser traduzido por romper, modificar. Nem todos chegam a essa segunda fase da aquisição do conhecimento e domínio da Arte.
Finalmente, o aluno vai se tornando seu próprio mestre, e passa a sentir sua própria Arte, abandonando a rigidez das regras básicas e se torna, naturalmente criativo, alcançando a liberdade de ser aquilo que tanto praticou.
Este é o estágio RI, que pode ser traduzido por: separar, superar. Esse é o terceiro estágio da trilogia do aprendizado que, em principio, não terá um fim, pois a cada degrau superado surgirá outro a se ascender.
Resumindo os estágios evolutivos do aprendizado: imitação, assimilação e aprimoramento constante.
1) Aprender o básico e obedecer a aquilo que lhe é ensinado; SHU;
2) Dominar as regras básicas e descobrir sua própria forma de fazer; HA;
3) Alcançar a liberdade do fazer e, assim, criar, inovar, melhorar...; RI;
SHUHARI no Método TACAI
Aprendo as regras... , quebro as regras, desenvolvo as minha própria regras...
Nosso respeito e profunda gratidão a todos que contribuíram de alguma forma com esta construção do Método TACAI.
O Método TACAI
O fonema TACAI, TAKE, 竹, em japonês, significa BAMBUZAL.
O arquétipo do bambuzal tem as características naturais de: resiliência, capacidade de adaptação, resistência, rápido crescimento com flexibilidade, múltiplas aplicações e utilizações.
Conhecer, Aprender, Dominar, Evoluir, Reconstruir...
Com profundo respeito a todos os Mestres e a todas as bases dos aprendizados.